Francisco Estêvão
Eu sinto agora dentro do meu peito
Um desejo de amor e de conquista...
Uma chama, talvez, algo sem jeito
Que se esteia, se firma e se enquista
E se encaixa de modo tão perfeito
Que o coração, que a tudo a tudo arbitra,
Não encontra – resumindo – um só defeito
E deste sentir parece que se alvitra.
E vou tecendo assim sem ter medida,
Sem contar que és irreal neste momento,
Esta ilusão quiçá desmerecida
Pois és quimera, simples pensamento
E assim não tens em conta a despedida
Pois te dissipas plena como o vento!
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